sexta-feira, 11 de abril de 2014

Depois do Festival de Curitiba, Rózà estreia na Casa do Povo, no Bom Retiro, dia 18 de abril

Por Adriana Ishikawa


O público é convidado a entrar em um instalação cenográfica que reproduz a casa e a prisão onde Rosa passou parte de sua vida. Na montagem, as atrizes cantam e tocam como uma banda de rock. Entre as imagens gravadas na Berlim de hoje, textos políticos e discursos de Rosa Luxemburgo. Adaptação foi feita por meio de improvisações, trechos das cartas de Rosa, incluindo até partes da troca de correspondência entre integrante do grupo de punk feminista russo Pussy Riot e o filósofo esloveno Slavoj Žižek. Polonesa naturalizada alemã, Rosa era judia, militante cosmopolita, oradora e antimilitarista. Foi brutalmente assassinada em 1919, poucos dias após deixar a prisão e assumir a linha de frente da revolução alemã.
 
De temperamento caloroso e apaixonado, a polonesa naturalizada alemã Rosa Luxemburgo (1871-1919) -uma das principais revolucionárias do século 19, defensora intransigente da democracia - é a centelha projetada pelo espetáculo Rózà para tratar das Rosas de todos os tempos. Com direção e adaptação de Martha Kiss Perrone e Joana Levi, a peça estreia dia 18 de abril, sexta-feira, às 20 horas, na Casa do Povo, no Bom Retiro, depois de participar do Festival de Teatro de Curitiba. 
 
O espaço, fundado em 1949 por judeus provenientes da Europa Oriental, vive atualmente processo de retomada de suas atividades, com iniciativas ligadas à cultura contemporânea, se reinventando como um local de experimentação para a cidade de São Paulo. A temporada acontece entre os dias 18 de Abril e 11 de Maio de 2014 as sextas, sábados e domingos às 20h.
 
Com idealização, co-direção e coordenação de dramaturgia de Martha Kiss Perrone, pesquisa e colaboração dramatúrgica de Roberto Taddei, o espetáculo traz no elenco Lowri Evans, Lucia Bronstein e a própria Martha Kiss Perrone. Renato Bolelli assina a instalação coreográfica, enquanto Dani Porto é responsável pelos figurinos. 
 
Boa parte das cartas e discursos de Rosa Luxemburgo que estão no espetáculo são inéditas no teatro. Em 2011, pela primeira vez no Brasil, foi publicada uma coletânea de cartas de Rosa Luxemburgo, traduzidas dos originais em polonês e alemão e organizadas por Isabel Loureiro. 
 
“Como nossa pesquisa começou antes do lançamento da primeira publicação no Brasil, as primeiras cartas que entramos em contato foram traduzidas por Martha Kiss Perrone do francês, a partir de uma edição chamada Cartas de Prisão que influenciou muitas gerações de militantes durante décadas”, explica Martha. 
 
Para dar vida às cartas escritas por Rosa Luxemburgo durante o período em que esteve nas prisões alemãs do começo do século 20, a encenação de Rózà une diferentes recursos dramatúrgicos – teatro, vídeo, música e performance. Por isso, as diretoras e atrizes definem o espetáculo como multimídia, que une artistas de diferentes áreas para encenar as palavras poéticas e políticas de Rosa. 
 
Suas cartas são interpretadas por três atrizes diferentes e trazidas ao público por meio da palavra, do vídeo e da música na busca de uma relação sutil e particular entre o momento histórico e o contemporâneo. A ação acontece em uma instalação cenográfica de madeira e plásticos, como uma tenda, inspirada nas Cosmococas (série de obras de Hélio Oiticica e Neville d´Almeida - 1973). Este espaço reproduz a prisão e a casa de Rosa, onde o publico - em uma relação intimista com as atrizes - é convidado a entrar. 

Rózà – Estreia dia 18 de abril, sexta, às 20 horas, na Casa do Povo. 
Temporada de 18 de abril a 11 de maio. Sextas, Sábados e Domingos às 20 horas.
Rua Três Rios, 252, Bom Retiro. (11) 3311-6577. 
Ingressos: R$ 30,00 (inteira), R$ 15,00 (meia). Duração: 80 minutos. 
Classificação: 12 anos.
 
 

Um comentário:

Veja também