segunda-feira, 16 de julho de 2012



Por Adriana Ishikawa, Daniele Higa, Patricia Rebouças, Priscila Binatti e Willian Yamamotto

"Nossa rotina é pesada, mas nós precisamos ter o tempo no quartel para que desenvolver nosso trabalho. Primeiro é feito a conferência geral das viaturas, após é repassado todas as ocorrências do dia anterior, caso houver técnicas novas a equipe que ocupará o próximo turno ficará ciente", diz Tenente Palumbo ao relatar como incia o dia no quartel.
Iniciado em 1990, o corpo de bombeiros destina-se a realização de serviços de perícia, combate e prevenção de incêndios, de busca e salvamento, atendimento pré hospitalar e prestação de socorros em casos de sinistros, desabamentos, inundações, catástrofes e calamidades públicas, serviços qual recebem em média 15 mil ligações diárias, chegando a 6.300 ocorrências ao ano.
O número maior dos chamados são referentes aos resgates, cerca de 60% das ocorrências, 38% são para salvamentos e apenas 8% são para casos de incêndios. Acontece o ápice dos chamados nos períodos vespertinos, entre 16 às 20h, podendo aumentar o número de chamados aos finais de semana, feriados e dias chuvosos.
"A cada 100 ocorrências recebidas pela central 193, 56 ligações são solicitações de informações de outras instituições, 37 delas são tentativas de trote e 5 delas chegam a ir ao local informado, comprometendo o trabalho dos bombeiros e seu tempo. Poderá ser regulamentada a partir de julho uma lei a quem passar trote ao corpo de bombeiros será considerado crime", relata Tenente Metuzael.
Diante das dificuldades enfrentadas durante uma ocorrência, considerando uma das principais o trânsito caótico de São Paulo, o corpo de bombeiros tem um tempo resposta exatos 9 minutos e 36 segundos, desde a ligação ao "193" até a chegada do bombeiro no local, considerados pelo Tenente Palumbo suficientes para execução do trabalho.
Inclusive um desses chamados ficou na memória do Tenente Metuzael, 30 anos. "Infelizmente nos recordamos mais das pessoas que perdemos; porém uma ocorrência muito marcante foi em uma comunidade pobre, no local um senhor bêbado ateou fogo na casa e dentro estavam algumas crianças,  tentamos reanima-las, mas não conseguimos. Olhamos mais uma vez a casa e não vimos mais ninguém, mas resolvi entrar novamente e dar mais uma checada e ao olhar para o banheiro vi um pé se movendo. O resgate logo foi agilizado para salvar o senhor com as vias áreas prejudicadas e no final tudo deu certo e o resgate concluído".
Todo este processo de salvamento de vidas passam por processos e treinos. Inicialmente é feito um curso preparatório de 1 ano e 2 meses e após a conclusão deste curso, o individuo se forma como cabo ou soldado, chamado no quartel como operários. Conforme o tempo de profissão e preparação vão seguindo a hierarquia: Sub tenentes e sargentos, considerados supervisores e por fim oficiais , os capitães e major.


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